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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Lembranças de Lobato!








Lembranças de Monteiro Lobato

Foram os episódios do programa de televisão “Sítio do Pica-Pau Amarelo” que nos apresentaram, na infância, o reconhecido autor Monteiro Lobato.
Na hora do almoço ou ao voltar da escola, era imprescindível ligar a televisão e assistir às criativas histórias representadas por personagens que até hoje fazem parte das mais doces lembranças que temos da infância. A Emília tão travessa e criativa, nos divertia muito. Dona Benta representava a segurança e o bom senso. Tia Nastácia mostrava uma linguagem que retratava a simplicidade das pessoas do interior. Visconde de Sabugosa era o intelectual e estudioso. Narizinho despejava delicadeza e carinho. Pedrinho era curioso e corajoso... A Cuca nos dava medo e emoção, assim como o Saci,por quem torcíamos para que optasse pelo caminho do bem e não obedecesse às infundadas maldades da Cuca. Tio Barnabé representava a sabedoria que se conquista somente com o passar do tempo, a maturidade e uma boa dose de humildade. Todos os demais personagens enriqueciam as histórias, deixando marcas sempre positivas em nossas mentes.
O “Sítio do Pica-Pau Amarelo” transmitiu, principalmente às crianças da década de 70 e 80, a cultura brasileira, o folclore, a maneira de ser do povo brasileiro, em especial do interior. Chamava-nos muito a atenção o linguajar singelo de alguns personagens e sua sabedoria popular, contrastando com a maneira correta de falar e culta dos mais estudados, um complementando o outro. Toda essa diversidade fazia com que nos identificássemos, ora com um ora com outro personagem, auxiliando na formação de nossa personalidade, identificando-nos com a cultura do país do qual fazemos parte.
Embora tenhamos, enquanto casal, a mesma opinião, há um aspecto que nos tocou de forma diferente diante da realidade em que cada um vivia. A mim, curitibana, criada em apartamento, o Sítio revelava um mundo distante e pouco conhecido. Lembro-me que, diante da tela, observava e me encantava com a natureza exuberante, o pomar, a charrete, o cavalo... Subir em árvores, colher frutas, alimentar os animais... Para mim, o cenário era deslumbrante, e nos meus pensamentos de menina entre cinco e seis anos me questionava do que era feito aquele solo tão branquinho que brilhava com a luz do sol, porque onde eu morava o chão era sempre escuro, de asfalto, e areia só existia na praia. Já o Eduardo identificava-se mais com as histórias, pois sempre passava as férias no sítio de seu avô, no interior do Paraná, chupando manga lá em cima do “pé”, encontrando com os primos, da mesma maneira que Pedrinho encontrava-se com Narizinho, e brincando em riachos.Os episódios provocavam nele nostalgia e vontade de chegarem logo as férias para viver todas aquelas aventuras novamente.
Como na época a leitura não era um hábito adotado pelas crianças, como nos dias de hoje, a televisão possibilitou com a exibição das histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de forma lúdica, uma aproximação com a literatura de Monteiro Lobato, instigando-nos a buscar outras histórias por meio da leitura.
O Projeto Biblioconexões foi muito feliz na escolha das obras de Lobato e nos alegramos de participar, com nossos filhos, das atividades envolvidas, oportunizando-nos contar aos pequenos nossas lembranças das mesmas histórias que hoje eles tomam conhecimento e se encantam da mesma maneira como nós na infância, de forma divertida e saudável, sem a pressão do consumismo que acaba tomando conta dos personagens apresentados atualmente, principalmente nos programas de televisão.
Parabenizamos, assim, a equipe pedagógica, professores e demais colaboradores, que se empenharam nesse projeto, enriquecendo as Famílias Maristas.


Géssica e Eduardo (alunos: Amanda - 3º ano E, Estevão - Infantil 3 A e
Giovana N. S. - 1º ano E)


Quem me dera ter de volta o Sítio...

Quem me deva ter de volta o Sítio...
Sítio da boneca falante
Sítio dos anjos, minotauros e Peter Pans
Sítio da Tia Anastácia, Dona Benta e Tio Barnabé.
Quem me deva ter de volta o Sítio...
Sítio das comidas cheirosas
Sítio dos Viscondes de sabugosas
Sítio do medo do Saci.

Quem me deva ter de volta o Sítio...
Sítio da Cuca malvada, que me dava tanto medo
Sítio das tardes sem fim de brincadeiras
Sítio das Iaras e mulheres encantadas.

Quem me dera ter de volta o Sítio...
Na verdade sítio de Monteiro Lobato
Que traduziu com carinho
Um pedaço da infância de todos nós.

Quem me dera ter de volta o Sítio...
Sítio do Pica Pau Amarelo
Sítio das belas e doces lembranças
Que ficarão para sempre.

                                                                           
 Izabela S. W. (alunos: Mariana S. - 1º ano F e Pedro H. - Infantil 3 B)



Minhas lembranças de Lobato

Monteiro Lobato foi para mim o marco de transição entre a infância e a adolescência.
Lembro-me com carinho e saudade das enumeras tardes no quarto, acompanhada de cada um dos 14 volumes da coleção de Lobato, disponíveis na escola pública que cursei de 1988 a 1991 e, é claro, sempre algumas guloseimas adquiridas com uns trocos na mercearia da esquina.
A coleção preferida era, é claro, do Sítio do Pica Pau Amarelo. Eu viajava nas histórias envolvendo a Cuca, a Emília com sua língua ferina, as caçadas do Pedrinho, e os bolinhos da Tia Anastácia então!
Mas as aventura na Grécia, com todos os detalhes sobre a mitologia; Hércules, o Minotauro, a terrível Medusa, hum, foram e continuam sendo as campeãs entre as boas histórias que já li do Sítio! Fecho os olhos e tudo fica claro; como as leituras de Monteiro Lobato enriquecem nosso vocabulário, estimulam a criatividade e marcam infâncias e fase adulta! Elas terma nossos pés do chão!
Adorei relatar, nestas breves linhas, minha experiência com esse maravilhoso escritor, e agradeço à Rede Marista pelo sucesso do Projeto Biblioconexões, entre outros aspectos e de forma especial, pela escolha de Monteiro Lobato como expoente!


Adeli M. ( alunos: Paulo H. - 6ª série C,  Marcos H. M. - 3º ano B e
Ana Beatriz - infantil 5 B)
                                       

Lembranças de Monteiro Lobato

            As lembranças são tantas... E misturam-se às lembranças da infância. Quem afinal fazia os bolinhos de chuva: minha avó ou a tia Nastácia? Quem subia em árvores: eu ou o Pedrinho? Quem me contava tantas e deliciosas histórias: minha avó ou dona Benta? O Sítio do Pica-Pau Amarelo e a minha infância se confundem num emaranhado de boas lembranças, cheiros gostosos, joelhos ralados, reinações e peripécias.
Tinha 4 anos em 1978 quando assisti ao Sítio na TV pela primeira vez. Parece que foi ontem. Minha avó, dona Alice, senhora velhinha de coque branco como a dona Benta se agarrava a mim e juntas, octogenária e pirralha, tremíamos de medo do Minotauro e da Cuca. Ríamos das levadices do Saci e balançávamos a cabeça, entre suspiros e risadas, das diabruras da Emília. Tínhamos uma intimidade “lobateana”, por assim dizer. Parece que foi ontem.
Eis que, ainda hoje, a lembrança do Sítio do Pica-Pau Amarelo me dá uma saudade apertada da avó que já não está mais comigo e da infância que meus filhos não conheceram nem conhecerão.
Eu corria na rua, subia em árvore e catava fruto no pé. Chupava manga até o caroço e ficava por horas tirando os fiapinhos dos dentes. Eu andava descalça e usava laço de fita na cabeça. Nada me dava mais prazer do que ouvir meus parentes dizendo que eu tinha “narizinho arrebitado” e olhinhos de retrós. Hoje a coisa é diferente. Coisa triste! Mas, mãe que sou, me apetece ver meu filho subindo em árvore (e ele sobe, com destreza, em árvores altíssimas) e ver minhas meninas com laço de fita na cabeça. Impossível voltar no tempo, mas posso dar-lhes pinceladas do que foi uma infância deliciosa, saudável, mais lúdica e mais simples. Uma infância “lobateana”.


Patrícia M. (alunos: Teresa - 5ª série E, Francesco - 7ª série C,
Maria - 1º ano G e Catarina M. F. - Infantil 4 D)

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